A metodologia ágil é uma ferramenta de gestão que, cada vez mais, vem sendo adotada no desenvolvimento de projetos. De acordo com a 15ª edição da pesquisa State of Agile, conduzida em 2021, 52% dos entrevistados disseram que a maioria ou todas as equipes de suas empresas aderem ao Agile.
A evolução do método, inclusive, deu origem ao Business Agility, que é aplicado ao core business dos negócios. Contudo, diferente do que muitas pessoas pensam, a agilidade nesse caso não diz respeito à rapidez, mas sim à eficiência.
Quer saber mais sobre o assunto? Continue com a leitura para entender a fundo o conceito, conhecer as principais metodologias ágeis e conferir dicas de como implementá-las!
O que é a metodologia ágil?
A metodologia ágil baseia-se em um fluxo de trabalho eficiente e flexível, que contempla processos simples, dinâmicos e iterativos.
Sua origem teve relação direta com a atuação de profissionais de TI que, até o final da década de 90, seguiam o modelo conhecido como “waterfall”, ou cascata.
Essa estrutura era linear e sequencial, o que acarretava em projetos demorados, clientes insatisfeitos e erros constantes em softwares.
Tudo mudou quando, em 2021, um grupo de desenvolvedores se reuniu para discutir novas possibilidades, dando origem ao Manifesto Ágil e a um novo método de trabalho.
Com o tempo, o Agile passou a ser adotado por empresas de diferentes segmentos do mercado, com aplicação voltada para a gestão de projetos.
Como resultado, os negócios puderem usufruir de diversos benefícios, entre eles:
- redução de custos;
- aumento da produtividade das equipes;
- melhoria na comunicação e integração, otimizando o alinhamento interno;
- ampliação da visibilidade dos projetos e previsibilidade das entregas;
- adequação do time to market;
- adaptabilidade às mudanças;
- elevação da qualidade e do nível de inovação;
- criação de valor progressiva;
- estruturação de soluções que, de fato, atendem às necessidades do público;
- maior competitividade no mercado.
Como o Agile funciona?
A metodologia ágil contempla períodos de desenvolvimento mais curtos, com entregáveis definidos de acordo com seu valor para o usuário.
Essas entregas, denominadas iterações, são avaliadas e validadas pela equipe e pelo cliente ao final de cada etapa.
Assim, todos conseguem acompanhar a evolução da solução e dar seu feedback ao longo do processo.
Conforme os ciclos se repetem, a solução é aprimorada, viabilizando o alcance de resultados mais efetivos em um menor espaço de tempo.
Quais são as principais metodologias ágeis?
Agora que você já entendeu o conceito de Agile e o seu funcionamento, conheça as principais metodologias utilizadas.
Kanban
O Kanban é a metodologia ágil mais antiga, datada de 1960. Sua origem é associada ao modelo de organização do trabalho desenvolvido nas fábricas do Japão.
O sistema, que consistia no uso de cartões para o acompanhamento dos fluxos de produção, gradualmente foi adaptado para ajudar as empresas a terem uma visão geral do andamento de suas tarefas.
Atualmente, o método é aplicado por meio de quadros com post-its ou plataformas como o Trello, que otimiza a visualização dos status, prazos e responsáveis de cada projeto.
Scrum
O Scrum, lançado em 1990, consiste em uma metodologia ágil e versátil, que otimiza o planejamento e gerenciamento de diversos tipos de projetos.
Ele possui uma dinâmica única, na qual os times são coordenados por um Product Owner e os projetos seguem uma divisão de sprints.
O objetivo é organizar as equipes em torno da entrega de valor e do desenvolvimento de produtos e serviços com máxima qualidade.
Lean
A Metodologia Lean, também de origem japonesa, foi criada após a Segunda Guerra Mundial.
Seu surgimento está atrelado ao conceito de Lean Manufacturing, aplicado por indústrias automobilísticas que desejavam aumentar a produtividade.
Por compreender processos com menor desperdício de tempo, dinheiro e recursos, o empreendedor Eric Ries aplicou o método para a criação da startup enxuta. O conceito, consolidado em 2011, segue os mesmos princípios das fábricas no pós-guerra.
DSDM
O Dynamic Systems Development Method (DSDM), antigamente conhecido como RAF (Rapid Application Development), é uma metodologia ágil criada pela indústria de TI em 1990.
O DSDM contribui para o desenvolvimento de sistemas dinâmicos, passando pelas fases de pré-projeto, projeto e pós-projeto.
O desenvolvimento de softwares com base nesse framework tem como base a geração de valor a partir da participação contínua do usuário, colaboração do cliente, capacitação da equipe, realização de entregas frequentes e aplicação de testes integrados em um modelo iterativo e incremental.
FDD
O Feature-driven Development (FDD), criado no final dos anos 1990, apresenta um processo de iteração mais curto e orientado a recursos.
Ele contempla o desenvolvimento de um modelo abrangente, além do planejamento, detalhe e construção com base em uma lista de funcionalidades.
No FDD são aplicados princípios como inspeções, gerenciamento de configurações, modificações regulares e visibilidade do progresso e resultados.
ASD
O Adaptive Software Development (ASD), ou Desenvolvimento Adaptativo de Softwares, tem como foco o desenvolvimento de soluções mais complexas.
O método é baseado nos ciclos iterativos e incrementais, na colaboração e na auto-organização.
Seus princípios contemplam a orientação a missões e aos riscos, a estruturação por componentes, a iteratividade, a pré-fixação de prazos e a tolerância a mudanças.
SAFe
O Scaled Agile Framework (SAFe) é um framework ágil escalável que tem como base os princípios lean.
Neste modelo, os projetos são entre as categorias portfolio (gerencial), program (estratégico) e team (operacional). Outra característica marcante é o uso de um diagrama conhecido como “The Big Picture”, que reúne todos os processos, fluxos e atividades da empresa.
O objetivo do SAFe é alinhar as equipes quanto às suas responsabilidades e o nível de entrega demandado pelo projeto.
De que forma podem ser implementadas nas empresas?
A implementação da metodologia ágil deve ser muito bem planejada. Há, inclusive, uma jornada para o Agile que ajuda a orientar as empresas nesta empreitada.
O primeiro passo consiste no mapeamento dos processos que geram valor para a empresa e precisam ser otimizados.
Em seguida, é necessário realizar um estudo aprofundado da metodologia, entendendo qual alternativa é mais adequada para o modelo de negócio, considerando a realidade vivenciada.
A partir de então, deve ser desenvolvida uma estratégia para reestruturação do fluxo de trabalho, adaptando-o ao método definido.
Essa etapa deve envolver, também, uma análise dos recursos tecnológicos que viabilizarão a adoção do Agile, como ferramentas, frameworks, plataformas de gerenciamento de projetos ou até mesmo sistemas completos de gestão empresarial.
Outro aspecto importante é o backbone, que contempla a identificação dos avanços necessários para incorporação da mentalidade ágil na cultura organizacional.
Para tanto, é essencial que as pessoas estejam no centro de todas mudanças, afinal, a forma com que os gestores e colaboradores vão lidar com a nova realidade operacional é crucial para o sucesso do sistema aderido.
Nesse sentido, recomenda-se que haja um constante alinhamento da equipe, disponibilização de treinamentos aos colaboradores e estruturação de times ágeis com missões que potencializem a entrega de valor.
Por fim, vem o roadmap de implementação, que apresenta todos os detalhes para a concretização da transição.
Vale reforçar que a flexibilidade é um elemento determinante para a aplicação da metodologia ágil, contribuindo para adoção de reações rápidas e potencialização da capacidade de adaptação frente a mudanças. Assim, é possível promover a melhoria contínua das operações.
E então, tudo pronto para colocar a mão na massa? Para garantir a obtenção de resultados ainda mais consistentes, sugerimos que confira também nosso artigo sobre o desenvolvimento de produtos e serviços com valor agregado!